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Identificar e eliminar os desperdícios Lean na saúde é a base fundamental para um dos pilares da filosofia Lean que é agregar valor para o cliente.

Embora o conceito de valor seja central para o Lean, o setor de saúde é um mundo cheio de valores e temos adotado as três dimensões pertinentes aos cuidados de saúde – valor clínico, operacional e experiencial.

Clínico: O principal valor clínico é alcançar o melhor resultado do paciente (e provavelmente será compartilhado pela equipe de saúde e pacientes).

Operacional: o principal valor operacional provavelmente será a eficácia do serviço, medida principalmente em termos de custo (incluindo o que é perdido por atraso e baixa qualidade). Claramente, isso é mais importante para os provedores de serviços e seus gerentes, embora médicos e pacientes também compreendem essa visão de valor.

Experiencial: Claramente, os pacientes valorizam (ou não) suas experiências de cuidados, assim como cuidadores e pessoas que trabalham em sistemas de saúde, seja pela capacidade de simpatizar com os pacientes ou por mérito próprio.

Valor versus desperdícios

O contrário do valor é o desperdício. Taiichi Ohno, um dos responsáveis pela consolidação do Sistema Toyota de Produção, definiu os desperdícios que foram adaptamos para a realidade na saúde.

Todas as atividades que realizamos em toda e qualquer instituição são categorizadas em atividades que agregam valor ao cliente, atividades que não agregam valor ao cliente mas são necessárias e as atividades que não agregam valor e devem ser eliminadas, pois são os desperdícios.

Para apresentar de maneira prática aos profissionais da área, a AtosInova Saúde montou uma Série dos Desperdícios Lean na Saúde:

Vídeo de abertura da Série Desperdícios Lean na Saúde

Os 7 desperdícios Lean na saúde + 1:

  1. Defeito
  2. Espera,
  3. Movimentação,
  4. Superprodução,
  5. Estoque,
  6. Super processamento,
  7. Transporte,
  8. Atualmente, além destes 7,  um oitavo desperdício é identificado:  a não utilização da criatividade/talento dos funcionários.

Defeito

Para ilustrar esse desperdício, vamos contar uma história real que foi identificada através do uso da ferramenta do Mapeamento do Fluxo de Valor em um ambulatório de transplante. Ao sair da consulta médica, o paciente precisou se deslocar à unidade de agendamento da instituição. No agendamento havia uma fila de espera de aproximadamente 2 horas e ao ser atendido, o recepcionista apontou que não poderia efetivar o agendamento pois a documentação não estava corretamente preenchida pelo médico.

Espera

Outro desperdício possível de ser encontrado em quase todos serviços de saúde é a espera. No nosso exemplo acima, quando o paciente chegou no ambulatório para completar os documentos faltantes, o médico havia saído para almoçar, gerando mais espera.

Fila de espera na saúde acabou se consagrando como se fosse fenômeno natural de atendimento médico. Não é infrequente que para um atendimento de 15 minutos, o paciente espere cerca de 5 horas ou mais para ser atendido. Além disso, profissionais da saúde e até pacientes já estão acostumados com esse fenômeno que se tornou comum na área.

Mas não é apenas a espera do cliente final (paciente) que acontece frequentemente na saúde. Entre as atividades e serviços também há espera: Cirurgião esperando a sala operatória vagar; equipe aguardando material; enfermeiro aguardando medicamento para ser administrado.

Movimentação

O nosso paciente que teve problema no agendamento, precisou se deslocar à Unidade de Agendamento e depois voltar à Unidade Ambulatorial para buscar os documentos faltantes e retornar novamente para o agendamento, totalizando 24 minutos de deslocamento. Isso configura o desperdício de movimentação na ótica do paciente. Mas esse desperdício é frequentemente encontrado na equipe de saúde que precisam se movimentar vários quilômetros por dia para executar etapas de uma tarefa e que a causa pode ser atribuída a um layout ruim do serviço, à organização de insumos, processos mal desenhados…

Superprodução

Outro exemplo de desperdício na saúde, pode ser observado na Central de Material de Esterilização, onde se esterilizam caixas com instrumentais para serem utilizados em procedimentos e cirurgias.  No sistema empurrado, preparam-se caixas esterilizadas, independente da necessidade estimada, logo várias caixas são preparadas, que precisam ser estocadas e que tem prazo de validade que por vezes devem ser esterilizadas novamente por passar da data de validade. Podemos observar desperdícios estoque e superprodução, levando ao retrabalho.

Estoque

Em um hospital de grande porte, sua farmácia possui medicações quimioterápicas de alto custo (30 mil reais cada tratamento) para atender a demanda de 10 paciente/ano (300 mil reais imobilizados). Contudo, no hospital, não tem nenhum paciente necessitando de tal tratamento.  O estoque neste caso passa a ser um desperdício, porém com uma reengenharia de gestão de estoques, essas perdas podem ser reduzidas.  

Superprocessamento

O Superprocessamento é um excesso de etapas desnecessárias no processo, repetição, como por exemplo checar diversas vezes o mesmo processo, fazer a mesma pergunta várias vezes. Como paciente, você já deve ter sentido na pele o superprocessamento ao ter que repetir seus dados pessoais em diversas etapas do processo.

O colaborador também sofre com esse desperdício ao ter que validar a liberação de um determinado material ou equipamento, passando por diversas etapas tanto físicas quanto eletrônicas.

Transporte

O transporte é a movimentação desnecessária de um produto no sistema. É muito frequente que durante uma cirurgia, a circulante de sala tenha que sair para buscar instrumentais que estejam faltando no kit incompleto levado para a sala operatória. Além desse tipo de exemplo, transportamos o próprio paciente de um setor ou outro para a realização de alguns procedimentos que poderiam ser feitos no próprio leito.

Talento

Quantas vezes nós, não fomos devidamente valorizados com nossa experiência e conhecimento ao opinarmos sobre alguma melhoria que estava sendo realizada em nosso serviço? A resposta à essa pergunta é desperdício de talento humano por não reconhecer o potencial que os profissionais que atuam naquele local podem oferecer para a organização.

Eliminar os desperdícios na saúde

Tendo ilustrado esses desperdícios, o pensamento enxuto tem como base tudo aquilo que fazemos para eliminar os desperdícios gradualmente e melhorar os processos que agregam valor ao que o cliente quer.

Há tempos buscamos um serviço de saúde que seja eficiente, eficaz, centrado no paciente, oportuno, seguro e equitativo. Podemos ver que o pensamento enxuto vai de encontro com valores de saúde, em particular no que se refere ao foco no cliente. Na gestão de saúde pública, podemos nos valer destes princípios, sobretudo se não temos preocupação nenhuma com o lucro. Além do mais, a possibilidade de poder eliminar os desperdícios torna o pensamento enxuto uma excelente opção para o SUS. Sob uma perspectiva macro, imaginem a possibilidade de eliminar 30% dos desperdícios. Em termos numéricos, com uma quantia de 1 milhão de reais, teríamos 300 mil reais a mais para reinvestirmos na saúde!

Mas como fazer para minimizar esses desperdícios (Muda) de maneira eficiente? O Sistema Toyota de Produção revolucionou com a reengenharia dos processos de trabalho como sistema puxado, just in timeheijunka e utilização de ferramentas como Mapeamento do Fluxo de Valor, A3 Kanbam, 5s entre outras. 

Conheça os cursos oferecidos pela AtosInova Saúde e como eles podem contribuir para a eliminação dos desperdícios na sua instituição.

Apresentação do curso gratuito Jornada Lean na Saúde: Ponto de partida
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