O que há de comum entre o pensamento clínico e a ciência da melhoria? Isso mesmo, querido leitor – MÉTODO CIENTÍFICO. Essa é a resposta correta.
Nós, profissionais da saúde que somos tão cuidadosos com nossos pacientes, muitas vezes, podemos achar que a Ciência da Melhoria não é para nós.
Venham conosco! Vamos refletir sobre o quanto já sabemos a respeito de ciência da melhoria a partir de nossas ações do dia a dia.
Pensamento Clínico e Pensamento Científico
Você verá o quanto há de comum entre o que fazemos em nosso dia a dia de trabalho na saúde e a melhoria contínua, bastante utilizada e divulgada no campo da gestão.
Em primeiro lugar, vamos resgatar a base de ambos que é o Método Científico, desenvolvido por Francis Bacon (1561-1626) e que era constituído por:
- Hipótese.
- Experimento.
- Avaliação.
Começa a ficar mais claro, certo?! Se tem uma coisa que as ciências da saúde realizam é: pensar cientificamente.
Isso ocorre em: medicina, enfermagem, ciências farmacêuticas, fisioterapia, nutrição e demais áreas da saúde.
Afinal, o que fazemos quando estamos diante de nossos pacientes?
Realizamos nossa anamnese, em busca de dados pessoais e familiares, da história do binômio saúde-doença, de queixas, dos sinais, dos sintomas. O pensamento clínico é feito com primor.
A partir disso, traçamos uma hipótese diagnóstica clínica (pertinente a cada profissional) e um plano de cuidados/tratamento/ação. Prestamos a assistência relativa a cada área. Coletamos os resultados e os avaliamos para validarmos ou não o plano terapêutico e darmos continuidade ao processo de cuidar, com novos cuidados/tratamentos/ações.
Esse mesmo pensamento é aplicado quando falamos de melhoria de processo e de ciência da melhoria.
Pensamento científico transformado em 4 letras (PDSA)
O médico John Toussaint e Leonard Berry exploram esse tema da seguinte forma: “A melhoria contínua tem como base um princípio introduzido por Shewhart e refinado pelo pioneiro na melhoria da qualidade, Edwards Deming. O Ciclo de Deming é a base do Plan-Do-Study-Act (PDSA – planejar, fazer, estudar, agir), um princípio central do Lean. A abordagem PDSA é um método científico aplicado ao trabalho diário: definindo uma hipótese de forma explícita e mensurável sobre como um processo pode ser aprimorado, testando objetivamente a hipótese e, se ocorrer melhoria, esta se tornará o “trabalho padrão” até aquele momento, sendo que melhorias adicionais poderão ser demonstradas e desenvolvidas. Muitas vezes, me deparo com algumas resistências nos profissionais de saúde em buscar dados para realizar projetos de melhoria.
Deming dizia: “Em Deus eu acredito, mas de vocês eu quero dados” e ainda “não se gerencia se não se mede”.
Então, nossa estratégia é utilizar o mesmo pensamento clínico para correlacionar com a ciência da melhoria”.(1)
De forma didática: o que precisamos
1. buscar entender os sinais e sintomas do paciente;
2. entender e estudar a situação atual do problema;
3. realizar um estudo aprofundado das causas raízes;
4. definir um objetivo;
5. levantar contramedidas ou ações;
6. definir um plano de ação;
7. Implementar o plano.
E o PDSA ou PDCA (planejar, fazer, controlar, agir) tem sido a base da gestão na saúde. Porém, há que se considerar que quando as mudanças são implementadas na gestão, nossa tendência é festejar e nos acomodar.
No entanto, assim como precisamos realizar novos exames nos pacientes para avaliar o efeito do tratamento, também precisamos continuar medindo para avaliar se a mudança que realizamos, foi realmente uma melhoria.
Então, compare o PENSAMENTO CLÍNICO com a CIÊNCIA DA MELHORIA e vamos desenvolver a empatia!
Referência:
- Toussaint, J, Berry, B. The Promise of Lean in Health Care. Mayo Clin Proc. n January 2013;88(1):74-82 n http://dx.doi.org/10.1016/j.mayocp.2012.07.025. www.mayoclinicproceedings.org n ª 2013 Mayo Foundation for Medical Education and Research.
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