Skip to main content

Nas próximas duas semanas, iremos viver um forte impacto da COVID-19 no Brasil e na vida das mulheres: alastramento do vírus em todo país, impulsionado pelas aglomerações do fim do ano e Carnaval, associada à dificuldade da população em manter-se em isolamento, circulação de novas variantes mais contagiosas e maior carga viral que leva a iminência de um colapso do sistema hospitalar em diversos Estados ao mesmo tempo. Foram várias barreiras quebradas ao longo do ano que culminam no que vivemos hoje. (Você viu que a Alice e a Rosa gravaram uma live com o canal Olá Ciência sobre o tema? Veja aqui).

No meio dessa problemática toda, temos as mulheres (comemoramos o Mês da Mulher em março) que se expõem na linha de frente da pandemia, compondo 65% da força de trabalho na saúde. O número de mortes de enfermeiras por COVID-19 por exemplo, aumenta 21% nos últimos 30 dias. Foram 643 óbitos desde o início da pandemia, entre enfermeiras e enfermeiros.

Além dessas mulheres trabalhadoras, estão as mulheres grávidas, que tem se tornado um novo grupo de risco para COVID-19, agravando-se com as novas variantes.

Tudo que você precisa saber sobre o impacto da COVID-19 na vida de mulheres grávidas

O impacto da COVID-19 na vida das mulheres grávidas é retratado através de reportagens e estudos que trazemos a seguir.

“Gestante de sete meses morre por complicações da COVID-19 no Oeste de Santa Catarina”. “Bebê nasceu após uma cesárea de emergência e segue internado na UTI”. “Hospital do Rio Grande do Sul tem boom de partos de mães com COVID-19 e obstetra relata cenário de guerra”.  Infelizmente, essas recentes notícias têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil.

A matéria da Fiocruz de setembro de 2020 sobre o impacto da COVID-19 nos revelaram dados de uma dura realidade que precisa ser conhecida pela sociedade. As gestantes e puérperas que eram consideradas fora do grupo de risco no início da pandemia, hoje passam a compor o grupo de risco com algumas particularidades.

O impacto da COVID-19 em mulheres gestantes e puérperas: novo grupo de risco

– Um artigo publicado na International Journal of Gynecology, realizado por pesquisadores brasileiros, identificou que dos 978 casos positivos de COVID-19 em gestantes e puérperas, 207 (21,2%) foram internados em UTI (134 casos recuperados e 73 casos fatais). Ressalta-se que 22,6% das mulheres que faleceram não foram internadas em UTI, e apenas 64,0% tinham ventilação invasiva (IJG).

– Assim como no Brasil, estudos americanos mostram que, baseados no que conhecemos até o momento, gestantes são pessoas com risco aumentado para doença severa de COVID-19 e morte, comparadas às não gestantes (CDC).

– As principais complicações descritas durante a gestação com infecção por COVID-19 são: parto pré-termo, aumento das taxas de cesárea, rotura prematura de membranas e sofrimento fetal (CDC). 

Até agora, o número de mortes maternas devido a COVID-19 representa quase 10% do total materno anual de mortes no Brasil (IJG). Ações de contingência com foco na saúde materna são urgentemente necessárias para melhorar os cuidados pré-natais e o acesso a cuidados intensivos para mulheres grávidas e puérperas.

Após 1 ano de pandemia há uma exaustão dos profissionais da saúde, associado a esse novo perfil de mortalidade colocando a importância de haver um olhar diferenciado para os aspectos emocionais dos profissionais. Além disso é fundamental oferecer ferramentas que auxiliam no equilíbrio para o enfrentamento dessa situação. 

Preparamos 3 artigos que falam sobre o tema: 

Pensando nessa necessidade de lidar com os desafios emocionais que a pandemia tem gerado para os profissionais da saúde, desenvolvemos um curso de Inteligência Emocional que tem por objetivo ajudar a desenvolver resiliência emocional nos profissionais de saúde.

CURSO INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA SAÚDE

Para contribuir na orientação das gestantes, compilamos uma série de orientações para o cuidado da mulher grávida e seu bebê que tem sofrido com o impacto da pandemia em suas vidas. Se você está grávida ou conhece alguém que esteja, encaminhe esse artigo para ela.

Gravidez e COVID-19

Se você está grávida, pode não ter certeza de como o coronavírus pode afetar você, seu bebê e os cuidados com a gravidez, esse artigo pode te ajudar.

É importante informar o seu obstetra ou equipe da maternidade se você tiver sintomas de gripe. Você pode pedir ajuda para quaisquer outras questões, como faria normalmente.

Se você está grávida é importante que:

  • Lave suas mãos regularmente
  • Fique em casa o máximo possível e siga os conselhos sobre distanciamento social, como ficar a pelo menos 2 metros (3 passos) de distância de outras pessoas
  • Fique longe de qualquer pessoa que tenha sintomas de coronavírus
  • Use máscara ao sair de casa (se possível máscara N95 ou cirúrgica)
  • Importante, não deixe de ir aos seus exames e consultas de gravidez (pré-natal), a menos que seja instruída a não fazê-lo.
  • Tome a vacina contra COVID-19 em comum acordo com seu obstetra (responsabilidade compartilhada).

Se tiver algum sintoma de coronavírus (temperatura alta, tosse nova e contínua ou perda ou alteração do olfato ou paladar):

  • Fique em casa (se isole para não transmitir a outros)- você e qualquer pessoa com quem mora não devem sair de casa ou receber visitas. Qualquer pessoa de seu contato também deve isolar-se se você tiver estado em contato próximo com ela desde o início dos sintomas ou durante as 48 horas antes de começarem.
  • Marque um teste – faça um teste para verificar se você tem coronavírus o mais rápido possível. Qualquer pessoa com quem você mora, e qualquer pessoa de seu contato, também deve fazer um teste se tiver sintomas.
  • Se o teste da COVID-19  for positivo, a orientação é que não tome vacina. Avalie junto com seu obstetra o melhor momento da vacinação. 

Atenção: Ligue urgentemente para seu obstetra se:

  • Seu bebê está se movendo menos do que o normal
  • Você não pode sentir seu bebê se mexendo
  • Há uma mudança no padrão usual de movimentos do seu bebê
  • Você tem algum sangramento vaginal
  • Você está se sentindo muito ansiosa ou preocupada
  • Você tem uma dor de cabeça que não passa
  • Você fica com falta de ar ao descansar ou deitar

Não espere até o dia seguinte – ligue imediatamente, mesmo que seja no meio da noite.

Ligue para 192 se:

  • Você se sente muito mal ou pensa que há algo muito errado
  • Você tem fortes dores no peito

Trabalho de parto e nascimento:

  • É muito importante que você tenha um obstetra/enfermeiro obstetra com você ao dar à luz para manter você e seu bebê seguros.
  • Pode haver limitação de acompanhante, caso ele esteja contaminado. Pergunte com antecedência na sua maternidade.
  • Vá ao hospital de máscara.

Depois do nascimento

  • Depois que seu bebê nascer, você deve ter contato pele a pele, a menos que seu bebê não esteja bem e precise de cuidados na unidade neonatal.
  • Você também será incentivada a amamentar. Não há evidências de que o coronavírus possa passar para o seu bebê no leite materno, então os benefícios da amamentação e a proteção que ela oferece superam quaisquer riscos.
  • Além de aproveitar este momento com seu bebê recém-nascido, é importante estar ciente de quaisquer sinais de que ele possa estar doente. No momento, pode ser difícil saber o que fazer – mas confie em seus instintos e peça ajuda médica se achar que seu bebê precisa.

 

Referências:

https://coronavirus.saude.mg.gov.br/blog/150-coronavirus-na-gravidezhttps://epoca.globo.com/guilherme-amado/980080-numero-de-mortes-de-enfermeiros-por-covid-aumenta-21-nos-ultimos-30-dias-24909269

https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/ijgo.13300

https://radis.ensp.fiocruz.br/index.php/home/noticias/brasil-e-o-pais-com-mais-mortes-de-gestantes-por-covid-19#:~:text=Divulgada%20em%20julho%2C%20o%20estudo,77%25%20dessas%20mortes%20no%20mundo

A feminização da força de trabalho da saúde no Brasil

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/03/05/saude-preve-ate-3-mil-mortes-diarias-em-marco.ghtml

https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/need-extra-precautions/pregnancy-breastfeeding.html

Protagonismo feminino na saúde: mulheres são a maioria nos serviços e na gestão do SUS

https://www.nhs.uk/conditions/coronavirus-covid-19/people-at-higher-risk/pregnancy-and-coronavirus/

https://www.nsctotal.com.br/noticias/gestante-de-sete-meses-morre-por-complicacoes-da-covid-no-oeste-de-sc

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/03/hospital-do-rs-tem-boom-de-partos-de-maes-com-covid-19-e-obstetra-relata-cenario-de-guerra.shtml

 

Convite ao leitor, saiba mais sobre Lean na saúde:

Conheça nossa Academia EAD, o seu ambiente de desenvolvimento e veja nossos cursos:  https://atosinovasaude.eadplataforma.com/
Instagram: siga – @alicesarantopoulos
YouTube: se inscreva – AtosInova Saúde

 

 

alice

Author alice

More posts by alice