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Texto escrito por Daniel Paixão Pequeno, Psicólogo, mestre em Oncologia e doutorando em Clínica Médica pela Universidade de Campinas (UNICAMP).

A Síndrome de Burnout pode ser caracterizada de diversas maneiras e é um dos transtornos mentais que acometem trabalhadores de diversas áreas, em especial os profissionais da saúde. Compreender o contexto de uma adversidade é tão importante como entender a adversidade em si, o que nos leva a pensar nos cuidados para além no Burnout.

Conceito de Burnout

Os manuais diagnósticos a definem como um estado de exaustão vital. Logo, além de sua relação com o esgotamento em relação ao trabalho, é um esgotamento do vigor e da disposição à própria vida.

Cada pessoa dispõe de vulnerabilidades psicológicas, físicas e também genéticas para desenvolverem a síndrome, porém as questões sociais podem nos apresentar uma compreensão global sobre a fonte do sofrimento psíquico.

Como o trabalho se modificou com o tempo

Devemos inicialmente compreender que a forma que lidamos com o trabalho se modificou com o tempo. De uma simples função, muitas vezes mecânica, o trabalho hoje se tornou parte de nossa imagem e personalidade. Assim, a imposição de alcançar metas e ser produtivo provém não somente de superiores, mas de si mesmo.

Vivemos em uma sociedade do desempenho na qual, de forma não mais disciplinar, buscamos ser altamente produtivos e positivos o tempo todo. Essa pressão para estarmos em constante evolução, sem muito pensar na forma que nos posicionamos frente às relações interpessoais e de trabalho, nos leva ao esgotamento físico e mental. 

Tal opressão de si mesmo é tão subjetiva que muitas vezes não compreendemos o motivo de nossa própria dor psíquica. Por esse motivo, o cuidar de si se demonstra tão importante. Para cuidar é preciso se cuidar, sempre.

Olhar para dentro

Então, de tempos em tempos, devemos olhar para dentro e refletir sobre o que temos sentido (saiba mais), vivenciado e como isso pode estar nos afetando.

Uma dessas perguntas pode ser: a posição em que me encontro hoje já foi meu sonho de ontem? Com isso, colocamos em perspectiva o lugar que estamos, nosso trabalho, nossa vida social e a nossa saúde. Passamos muito tempo buscando por coisas que, depois de conseguirmos, nos desapossamos de seu valor. O valor está, então, em não ter e conseguir, ou na plenitude de ser? 

Podemos nos perguntar também: qual foi a última vez que fiz algo pela primeira vez? Novas experiências em meio a rotina (ou a pandemia) são praticamente inviáveis, mas extremamente necessárias.

A forma mecânica que conduzimos nossa vida nos afasta do novo, do desafio e dos estímulos provocativos, e esses momentos de estagnação são ideais para retomar o que realmente gostamos e quem realmente somos.”

Ao nos reencontrarmos com nós mesmos, com nossos gostos, hobbies e as pequenas alegrias, nos aproximamos do que realmente nos é essencial.

Esgotamento físico e mental: um processo de deterioração da saúde até a Síndrome de Burnout

BurnoutQualquer tipo de esgotamento físico e mental, como na Síndrome de Burnout, um processo de deterioração da saúde, não acontece de uma hora para outra. Alguns comportamentos, como mudanças no humor e ansiedade, durante o tempo vão sinalizando que algo no contexto laboral não vai bem.

Desta forma, a atenção que damos aos pacientes deve ser dada igualmente a nossa própria saúde. Algumas ferramentas para esse cuidado são de nomear (saiba mais sobre Inteligência Emocional) e respeitar nossas emoções, procurar por apoio, sendo dos nossos colegas de trabalho, familiares ou profissionais da saúde mental, realizar atividades físicas, manter um sono regular e manter hobbies e atividades de lazer.

Os cuidados parecem inespecíficos para esta síndrome, porém a consciência sobre nossa própria saúde é uma forma de nos respeitar e respeitar os nossos pacientes.”

Daniel Pequeno

Lean é respeito pelas pessoas

Como gestores de saúde Lean, precisamos estar atentos ao estado de saúde dos nossos colaboradores e colegas. Desenvolvendo um senso de observação permanente, assim como fazia Sakichi Toyoda que observava atentamente os colaboradores, desenvolvendo maneiras eficazes de melhorar a vida no trabalho e valorizar ao máximo o talento de cada um. Essa postura de Sakichi representa um dos pilares da Filosofia Lean, que é o Respeito pelas pessoas.

O respeito não pode ser mera formalidade em nossos espaços de convivência. Em nossa prática nas consultorias, nas capacitações, nos cursos e nas interações com as pessoas temos buscado resgatar essa essência da filosofia Lean. Desenvolver equipes no trabalho em saúde e criar condições para despertá-los para as melhorias pode favorecer o sentimento de pertencimento aos locais de trabalho e de reconhecimento pelos membros da equipe.

Desejamos que os gestores tenham sensibilidade de perceber a necessidade de cuidado para com os colaboradores, afinal é importante cuidar de quem cuida e isso é Respeito pelas Pessoas.

Convite ao leitor, saiba mais sobre Lean na saúde:

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