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Esse artigo: “A Origem: 2020, o ano que o mundo mudou”, foi redigido pelo nosso parceiro Daniel Paixão Pequeno, Psicólogo, mestre em Oncologia e doutorando em Clínica Médica pela Universidade de Campinas (UNICAMP). A beleza e a tragédia de toda história é que ela tem começo, meio e fim. A atual história que vivemos há mais de um ano é compartilhada com o resto da humanidade. As divisões de classes sociais nunca foram tão aparentes. A origem do que estamos passando está cada dia mais próxima de ser descoberta, mas nesse momento isso não fará diferença.

Perdas, desafios e seus significados

Todos sabemos sobre as perdas, as dificuldades e os obstáculos que temos vivido (artigo do Burnout). Isso se evidencia pela omissão do tema da história que estamos discutindo nesse texto, mas todos sabemos qual é. Por mais que tentemos generalizar a experiência do isolamento e o mínimo contato humano, experiências continuam sendo pessoais e intransferíveis. Podemos nos sensibilizar com histórias, ser empáticos frente a sentimentos, mas nunca sentiremos exatamente o que o outro está sentindo. Importante ressaltar essa questão, frente ao ponto que queremos chegar (profissionais da saúde e saúde mental). Estamos finalmente nos aproximando do retorno a uma vida cotidiana, e é momento de olhar para frente. Assim como as perdas, que nos tiram do eixo, a retomada pode ser tão desafiadora quanto. Não existe precedente entre as atuais gerações sobre um preparo para situações como essa, e esperamos que seja uma lição às próximas.

Fórmula Mágica existe?

Não existe fórmula mágica para essa recuperação, porém podemos começar pelo que conseguimos controlar (tomar vacina/lavar as mãos/evitar aglomerações/usar máscara) e em seguida pelo resgate de nossas relações.

Nossas relações afetivas e seus caminhos

Não paramos de ser pais, filhos, netos, irmãos ou amigos. Mas o contato digital dificilmente substituirá a presença física e o afeto em forma de contato. Reencontrar a melhor forma de nos relacionar com os outros, compreendendo nossos limites e vontades nos parece mais útil do que sugerir algum tipo de relação.

Normal – o que é de fato?!

Como falar de reaquisição do normal sem soar insensível? Responder a algumas outras perguntas pode nos levar a esta resposta. Compreendemos que, mesmo buscando o máximo de isolamento, algumas pessoas não puderam interromper seu trabalho, precisando utilizar transporte público no qual a exposição a aglomerações é inevitável? Compreendemos que mesmo realizando todas as medidas de segurança, algumas pessoas colocaram a sua e a vida de seus familiares em risco? Compreendemos que qualquer perda é imensurável e tremendamente dolorosa? Compreendemos que a retomada de um dia a dia o mais próximo do usual (para os padrões anteriores a março/2020) nos traz benefícios físicos, psicológicos e, em última instância, colabora com a recuperação também da economia?

Respostas – SIM

Se as respostas foram sim, essa insensibilidade pode começar a ser revertida em aprendizado no sentido de que a experiência deve ser apreendida para que tenhamos a assimilado através dos erros.

Nosso olhar para o espelho

É muito difícil admitir que erramos. É um exercício de olhar no espelho e muitas vezes não gostarmos do que estamos vendo. Mas temos uma oportunidade talvez única de observar os movimentos do mundo, de riqueza e pobreza e os sistemas de saúde públicos e privados, assim como os impulsos comportamentais de ansiedade, agressividade e de comportamentos de risco. Vivemos em um mundo complexo, em que cada microesfera da sociedade tem seus valores e princípios. Com a análise deste movimento que estamos discutindo, respondemos a perguntas antes hipotéticas: Se houvesse uma grande crise mundial, teremos as grandes potências salvando o mundo? As pessoas se juntariam por um bem maior, não expondo os outros indivíduos da família ou de seus grupos próximos a riscos por um bem maior? (Veja o artigo: “Um olhar com o coração para nosso 1 mês de isolamento social”).

Respostas – NÃO

Para essas perguntas, as respostas foram um grande não. O individualismo das nações foi semelhante à de suas populações. E o que nos parece mais latente é que manter atividades supérfluas e necessidades dispensáveis foi mais importante para alguns do que a vida dos demais.

Aprender SEMPRE

Para outros, a culpa pode acabar os acompanhando neste momento, mas também devemos rever alguns pontos. O primeiro é a singularidade do que estamos vivendo. Todos que fizeram quaisquer previsões ou simplificaram essa doença erraram, em todas as esferas da sociedade. Governantes com respostas lentas ao controle da doença, e cientistas e órgãos de saúde que no início não sugeriram uso de máscara e que somente procurássemos serviços de saúde quando os quadros de falta de ar estivessem graves. Isso se aplica ao mundo todo, os erros ocorreram, mas chegou o momento de andar para frente. Aprender com o passado e avançar rumo ao futuro não é negar o que aconteceu, e sim respeitar o pregresso para que encontremos um progresso.

Lean Healthcare e a Retomada de Nossas Vidas

Um dos princípios do Lean é o respeito pelas pessoas. Então, você nosso leitor sempre encontrará reflexões sobre aspectos cotidianos e fundamentais de nossa vida. Diante de um contexto tão complexo, nos vemos diante de um texto, em que Daniel Pequeno nos estimula a pensarmos na singularidade de cada tomada de decisão ou ação que pode tanto nos colocar mais próximos ou mais distantes de pessoas significativas em nossas vidas, dentre elas, o encontro conosco. Isso: nos encontrar! Extrapolar o campo da culpa e adentrar o campo da solidariedade e compreensão da realidade. Promover mudanças em hábitos que pareciam eternos e que agora podem fazer pouco ou nenhum sentido. A origem de um novo momento para o ser humano foi iniciada, precisamos ver como conduziremos essa história e quais serão os meios que nos nortearão. Isso nos traz a convicção de que a depender das escolhas que fizermos individual e coletivamente poderemos trilhar um fim com maior harmonia, transformações nas relações sociais, afetivas, econômicas e políticas entre os seres humanos, nessa nossa casa comum chamada Terra!

Consultoria Lean na Saúde

Caso você queira implantar em sua unidade de saúde a Filosofia Lean, podemos ajudá-lo através de nosso serviço de consultoria.
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